"Elogio não enche o bolso", diz a dupla sertaneja Marcos & Belutti, que se apresentou na Festa do Peão de Barretos na última sexta-feira (27)
Frequentemente citada em entrevistas e conversas por nomes consagrados da música sertaneja, a dupla Marcos e Belutti é reconhecida por outros artistas desde sua formação, há dois anos, quando foi apadrinhada e produzida por Bruno, da dupla com Marrone, e Edson, que cantava com Hudson.
Depois de lançar "Nosso Lugar", segundo álbum produzido por eles mesmos, Marcos e Belutti começam a colher os frutos do sucesso de "Será Que Vai Rolar", música de trabalho deste mais recente CD.
A dupla se apresentou na sexta-feira (27) na Festa de Barretos, no Palco Esplanada, e falou sobre o fato de ser considerada a atual promessa da música sertaneja.
Vocês são aposta de muita gente do meio, pelo menos desde o ano passado. Como vocês se sentem nessa situação?
Marcos: Desde que a gente começou a cantar junto, nós sentamos e uma ideia fico bem clara: "Elogio não enche o bolso". Nós não nós iludimos mais com os elogios, não. Claro que é legal ser reconhecido por todo mundo, saber que as pessoas estão vendo seu talento, seu trabalho. Mas o que a gente tem que fazer mesmo é trabalhar, os elogios não podem interferir na carreira.
Nos últimos meses, a música "Será Que Vai Rolar abriu muitas portas para vocês, principalmente na TV. Em relação a outras duplas que também estão batalhando, qual o tamanho do sucesso de vocês?
Belutti: Sucesso eu digo que a gente não tem ainda. Nós somos, sim, uma dupla já um pouco conhecida. Mas já que é pra colocar em um grau de sucesso, acho que a gente estaria com uns 60% de sucesso, um pouco acima das duplas que surgiram promissoras, mas que acabaram parando em algum ponto. A gente tem crescido, nosso projeto está em andamento, então a gente se sente um pouco a frente de um pessoal que começou com a gente, sim.
Vocês terem assumido a produção musical do último CD foi fundamental para que houvesse essa diferenciação das outras duplas?
Marcos: Discordando do meu parceiro, eu acho que a gente já pode falar que é sucesso, sim. A gente faz sucesso, o que acontece é que ainda não estouramos, falta aquele estouro que mostra a gente para o Brasil todo. Quanto ao fato de produzir nosso próprio disco, isso muda muito, por que fica mais com a nossa cara. As pessoas apostavam na gente por existir o Bruno e o Edson atrás, mas o primeiro CD não era tão comercial, apesar de elogiado. Esse nosso segundo já é mais comercial, todo feito pela gente.
Apesar da experiência que vocês vêm adquirindo nos últimos dois anos, a concorrência entre duplas também tem aumentado muito. Não tem ficado mais difícil com o tempo?
Belutti: Eu não acho que esteja ficando difícil para a gente, acho que sabemos lidar com isso. A nossa proposta, desde que a gente formou a dupla, era de uma pegada mais pop. Esse segundo disco é bem a nossa cara. Lógico que o sucesso vai depender de que rumo a música sertaneja tomar. Acho que a gente está seguindo por uma linha certa, que vai ao encontro ao que está acontecendo hoje, por isso acho fácil de lidar. Complicado mesmo é se o sertanejo tomar outro rumo completamente diferente, aí a gente tem de ter a habilidade para se adaptar ao cenário novo.
O show de vocês é bem mais animado que os shows sertanejos costumam ser, vocês fazem imitações, tocam músicas de outros gêneros. Essa postura também é uma necessidade de se enquadrar ao novo padrão?
Belutti: Não, como eu te disse, a nossa essência é assim, nossa pegada é essa. A gente é no show o que é fora dele. A gente brinca e canta músicas de outros artistas que nem são sertanejos, mas é a nossa forma de ser mesmo, não fazemos nada forçado, nada que a gente não goste.
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